Dessa vez não vou perdoar

A sua teimosia
A sua mania
Em me culpar
Como um escapismo infantil
Fugindo dos próprios erros
Da falta de humildade
Do medo de se olhar
É mais fácil justificar
Que eu causei
Que eu faço algo parecido
Mudar o assunto de direção
Já é de longa data
Que perco meu tempo
Querendo auxiliar
Não adianta
Você não quer melhorar
Só quando a água lhe bater no queixo
É que você vai se tocar
Vai refletir sobre o desleixo
Que essa postura
Uma auto ditadura
Lhe impediu de avançar
Como já lhe disse
Por mais que sua imaturidade insista em lhe comandar
Algum dia
Você vai olhar
E pela primeira vez
Vai se arrepender
Do ignorar desprezível
Que tanto você me fez
Que me julgaste tão mal
Que me enfiaste numa coletividade de adjetivos
Pejorativos
Tudo era minha culpa
Tudo que lhe falava
Lhe insultava
Uma posição de fragilidade
Que não condiz
Com as grosserias que você me afundou no nariz
E que, claro, para você como escritos de giz
Apagados pela água da chuva
Inofensivos, beatificados, nobres
Esquecidos, desaparecidos
E a culpa era minha e sempre estava na minha raiz
Eu fiz por onde para ter aquilo ouvido
Afinal, você é um ser humano
E tem direito aos seus estampidos
Tudo se justifica
Tudo se enfia goela a baixo
Tudo se normatiza
Explicação não demanda
Não precisa
Comunicar para quê
Nada é tão eficiente
Quando as divagações de um sarnento boêmio
Que lhe envolveu de uma certa forma
Que depois dele, não há mais homem
Não há mais nada igual
Nada lhe motiva mais
Nada lhe faz ter força de vontade
De se libertar desta entidade
E decidir, enfim, viver
Para você o mundo tem que ser prático
E não dramático
Sem criar problemas
Sem enredos em suas histórias
Com todas as suas disponibilidades
Seus afazeres e suas prioridades
E seus conceitos
Mal feitos
De que ninguém pode vir a ser de alguém
Pois isso seria submissão, crime, cárcere privado de sentimento
Perseguição
Em suas telas
Em seus cinemas
Direitos pessoais
Desiguais
Ser humano não me faz jus
És livre para me dar qualquer opinião
Pois sabes de tudo, logo de antemão
Sabes tanto que mesmo quando erra está certa
Uma poesia certa
Construção perfeita de prosa e verso
De quem é o centro do universo
Está intensa a sangria
Eu confesso
Por mais que eu fale
Menos sou ouvido
Mais sou julgado
Mais fico ferido
O mais triste
É saber que isso não vai mudar
Haja tristeza
Haja lágrimas
Para meu coração sangrar
Fico aqui com minhas analogias
Minhas letras dramáticas
E Minhas poesias
As quais você nunca sequer se dedicou a ler
Com a atenção que qualquer pessoa que admira a outra
Deveria ter
É apenas um degrau a menos na minha vida
Antes de não ter mais para onde descer.

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